sexta-feira, 17 de julho de 2009

A rádio feita na Escola.

Passo a passo para professores e alunos produzirem seus próprios programas de áudio.

Basta um microfone plugado no computador, um fone de ouvido e um simples software para gravar. Pronto! Com isso já é possível ter um pequeno estúdio de rádio na escola e, conseqüentemente, uma nova atividade para desenvolver com os alunos. E o melhor: não é preciso ter um grande domínio de informática nem ser técnico de áudio para produzir um programa.

Dica: Antes de tudo, fale algumas palavras ao microfone para testá-lo e verifique se está escutando sua voz na caixa de som ou no fone de ouvido ligado ao computador.

A primeira etapa é fazer o download do software PodProducer, que é gratuito, tem versão em português e é fácil de manusear. Para obtê-lo, acesse www.podproducer.net/files/PodProducer_beta_0_25.exe. Após baixá-lo, siga as instruções de instalação do software. Depois de instalado, ao abrir o PodProducer, será necessário ajustar algumas configurações básicas antes de começar a gravar. No canto superior direito da tela, há algumas abas com opções. Escolha “Configuração”. Ao clicar, aparecerão alguns campos, mas não é necessário alterá-los. Em um primeiro momento, apenas preencha o campo Bitrate (Kbps), com o valor 96.

Após a etapa inicial, já é possível produzir os trechos falados. Clique na aba “Gravação”; logo abaixo aparecerão os botões REC, STOP e PAUSA. Aproxime o microfone da boca para garantir a nitidez do som e evitar ruídos externos, clique no botão REC e comece a falar. Para controlar o tempo do trecho a ser gravado, note que o cronômetro começará a correr após acionar o REC. Ao finalizar, aperte STOP. Em seguida, clique no botão “Salvar episódio”, situado abaixo do REC.

Aparecerá uma tela para guardar essa primeira gravação, nomeie o arquivo como Trecho 1.

É possível gravar várias passagens como essa com a duração desejada. Para produzir um segundo trecho, repita os procedimentos acima. Para facilitar, a cada programa produzido, crie uma pasta no computador e salve os trechos correspondentes.

Após essa etapa, o próximo passo é tornar acessível o material gravado para poder associá-lo a uma música de fundo, uma vinheta ou outro trecho falado. Para isso, observe que, na parte central superior da tela, há três quadros, cada um possibilitando uma entrada de áudio diferente.
Para executar o áudio no primeiro quadro, clique na pastinha amarela. Selecione um dos trechos gravados anteriormente. Por exemplo, Trecho 1. Ao apertar Play nesse quadro, será executado o trecho escolhido. Para colocar uma música de fundo, repita o procedimento anterior, só que agora no quadro de baixo. E, em vez de selecionar algum trecho gravado, escolha um arquivo de áudio MP3 que esteja armazenado no computador.

A última etapa consiste em gravar o programa. Se no primeiro quadro entrou o arquivo Trecho 1 e no segundo uma trilha, para que essa música fique de fundo aperte o Play nesse segundo quadro e abaixe um pouco o volume.

Com a trilha de fundo tocando, aperte o Play no quadro onde está o Trecho1. Perceba que os dois áudios estarão sendo executados simultaneamente: a fala e a trilha de fundo. Ouça até o final para verificar se não há algum problema. Estando de acordo, reinicie os sons nos dois quadros (Aperte Parar e depois Play) e imediatamente clique no botão REC, no lado direito (o mesmo utilizado para gravar os trechos na primeira etapa). Ao terminar o programa, aperte STOP e salve, utilizando o mesmo procedimento realizado para salvar trechos. O programa está pronto!

por Michel Daoun

terça-feira, 14 de julho de 2009

Vamos aprender um pouco mais sobre o TWITTER?


Baixar Curso Interativo de Twitter - Video Aula - Exclusivo

Vamos conhecer mais sobre esta nova mania da internet. São nove videoaulas que ensinam tudo que você precisa saber sobre novo serviço da internet que já conquistou mais de seis milhões de usuários.
Você aprenderá todos os conceitos do Twiter, a registrar-se no site do desenvolvedor e a enviar mensagens para os amigos.

Opções de Download:
Easyshare ………. Kewlshare

domingo, 12 de julho de 2009

Férias momento de ler....então aproveite as dicas:


Alguns há livros para download gratuito em PDF, uma barbada patrocinada pelo governo brasileiro.

Eu destaco esses livros:

O Livro da Lei, de Aleister Crowley (baixar livro)
O Cortiço, de Aluísio Azevedo (baixar livro)
As Primaveras, de Casimiro de Abreu (baixar livro)
A Divina Comédia, de Dante Alighieri (baixar livro)
Os Sertões, de Euclides da Cunha (baixar livro)
O Guardador de Rebanhos, de Fernando Pessoa (baixar livro)
A Metamorfose, Franz Kafka (baixar livro)
A Desobediência Civil, Henry David Thoreau (baixar livro)
Lendas do Sul, João Simões Lopes Neto (baixar)
Fausto, Johann Wolfgang von Goethe (baixar livro)
Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift (baixar livro)
Os Maias, de José Maria Eça de Queirós (baixar livro)
A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne (baixar livro)
Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões (baixar)
Dom Casmurro, de Machado de Assis (baixar livro)
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (baixar livro)
A Esfinge sem Segredo, Oscar Wilde (baixar livro)
História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira, de Sílvio Romero (baixar livro) Édipo-Rei, de Sófocles (baixar livro)
Schopenhauer, de Thomas Mann (baixar livro)
Utopia, de Thomas Morus (baixar livro)
Muito Barulho Por Nada, de William Shakespeare (baixar livro)
Macbeth, de William Shakespeare (baixar livro)
Romeu e Julieta, de William Shakespeare (baixar livro)

Dicionário Aurelio com nova regra ortográfica.


Navegação amigável: Interface muito mais bonita, legível e fácil de consultar.Consulta rápida: Consulte qualquer verbete de A a Z em frações de segundo, inclusive flexões de verbos e plurais.Histórico recente: Consulte o histórico de suas pesquisas mais recentes.Dicas para professor: Sugestões de uso do dicionário para educadores.Pesquisa reversa: Procure por palavras citadas no texto dos verbetes.Verbetes categorizados: Faça pesquisas por palavras filtradas em 15 categorias (adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, elemento de composição, interjeição, numeral, prefixo, preposição, pronome, substantivo, sufixo, verbo, gírias e estrangeiras).Máscaras: Faça pesquisas avançadas digitando o início ou o fim de uma palavra.Conjugação de verbos: Conheça a conjugação completa dos verbos consultados, no texto do verbete.Integração com o Microsoft® Word: Saiba o significado de palavras de seu texto clicando com o mouse. Compatível com Word 2000, XP e 2003.Copiar e colar: Copie e cole verbetes em seus arquivos.Imprimir: Imprima verbetes diretamente do dicionário.
DOWNLOAD AQUI

sábado, 11 de julho de 2009

Sua equipe está preparada para aprender a distância?




Capacitar sua equipe docente é essencial para o sucesso da sua escola, da mesma forma que o aprendizado contínuo é fundamental para a carreira do professor. Para viabilizar esse processo de crescimento, além de cursos presenciais, o ensino a distância pode ser uma valiosa ferramenta. Para isso, é necessário criar uma estrutura adequada e desenvolver a cultura do e-learning na escola. Muitos professores ainda não estão familiarizados com os recursos tecnológicos, logo, o primeiro passo é desenvolver ações para quebrar essa barreira.

“Não há ainda uma cultura digital estabelecida, não conseguimos atingir nosso público a distância da mesma forma que nos cursos presenciais. Os professores dão menos credibilidade a eles”, afirma Acedriana Vicente Sandri, gerente pedagógica da Distribuidora Positivo. Já na opinião da dra. Ligia Leite, consultora em Tecnologia Educacional e Educação a Distância e professora do programa de doutorado Instructional Technology and Distance Education, Nova Southeastern University, EUA, essa situação está mudando aos poucos. “Pesquisas mostram que a afinidade das pessoas com a educação a distância está melhorando e que existe potencial pedagógico nessa forma de aprendizado”. Ela ressalta que o ensino a distância não vem para substituir o presencial, mas para ser usado como mais uma opção. No entanto, existem pessoas que não sentem se bem com a tecnologia e, por isso, é importante conhecer o perfil de cada um; assim você saberá se o professor terá um resultado melhor em cursos presenciais ou a distância. “É importante estimular o uso dos recursos tecnológicos, mas não podemos obrigar todo mundo a gostar disso”, completa Lígia. Para Luciano Sathler, coordenador do Centro de Educação Continuada e a Distância da Universidade Metodista de São Paulo, as barreiras estão nas condições em que o professor se encontra. “Ele precisa de uma estrutura adequada e de conhecimento de como isso funciona para querer participar, é necessário aproximá-lo das novas tecnologias aplicadas à educação”, explica.

No Colégio Objetivo, os organizadores dos treinamentos perceberam que um dos pontos negativos do e-learning é a falta de contato. “Os professores ainda sentem mais segurança quando é presencial devido ao contato pessoal”, diz Marcia Carvalhinha, coordenadora do departamento de apoio pedagógico do Objetivo. No entanto, é possível desenvolver uma relação próxima tanto presencial quanto a distância. Segundo Lígia Leite, “pode-se estar em uma sala com diversas pessoas e sentir se deixado de lado ou desconfortável. Não é pelo fato de estar distante que não é possível criar vínculo, é uma questão de afinidade”, diz. A mesma opinião é compartilhada por Luciano Sathler. Ele concorda que a interação depende da estrutura do curso e dá algumas dicas. “É importante desenvolver ações que permitam a formação de comunidades, criação de grupos segmentados que tenham os mesmos interesses e incentivo para que as pessoas se manifestem”.

Apesar de ainda enfrentar resistências, principalmente pela falta de afinidade com a tecnologia por parte de muitos professores, não há como negar as vantagens do aprendizado a distância: flexibilidade e personalização na relação de aprendizagem, acesso a um número maior de pessoas, trocas de informações, cultura e experiências entre indivíduos distantes e a disponibilidade de uso quando se tem os recursos necessários. Tudo que puder contribuir para a capacitação dos professores deve ser usado na escola, como treinamentos presencias, virtuais, fitas de vídeo, CD, DVD, Internet, rádio, TV e apostila. O sucesso da ação vai depender do assunto que será tratado e dos meios utilizados. Adapte o tema à melhor forma de aprendizado.

Como capacitar seus professores a distância:
- Invista em tecnologia na sua escola.
- Avalie as características de aprendizagem da equipe de docentes para saber se tem o perfil adequado para os treinamentos a distância.
- Desenvolva um programa de capacitação para familiarizar os professores com os meios tecnológicos que serão utilizados em seus treinamentos a distância. Pode ser, por exemplo, um CD com instruções.
- Ajude o professor a criar uma boa estrutura em sua própria casa, é lá, provavelmente, que ele terá mais tempo para se capacitar. Procure parcerias para facilitar a compra de computadores, impressoras e o acesso à Internet.
- Antes de desenvolver uma atividade, verifique se ela tem condições de ser tratada a distância. - - Motive os professores a participarem utilizando convites personalizados e, principalmente, pela própria qualidade e estrutura dos cursos oferecidos.
- Monte um calendário com a programação do ano ou do mês com cursos, chats e outros eventos, divulgando-os com antecedência para que os professores tenham tempo para se programar.

Como identificar o perfil de sua equipe:
As principais características que indicam maior possibilidade de afinidade com o aprendizado a distância:
- Autonomia de aprendizagem;
- Disciplina para estudar;
- Saber o que quer;
- Domínio dos conhecimentos de tecnologia;
- Disponibilidade de meios tecnológicos.

O que funciona melhor a distância:
- Ações mais teóricas e menos práticas;
- Estudos que precisem de mais concentração;
- Fundamentação;
- Fóruns de discussão;
- Instruções para uso de materiais;
- Informações prévias de grandes eventos.

Veja como grandes grupos de educação estimulam o aprendizado contínuo de seus professores.
Capacitação é fundamental – Domus
“A formação contínua dos educadores é condição necessária para uma educação de qualidade. Realizamos seminários internacionais, palestras e cursos, oficinas pedagógicas, semana de estudo, programas de formação semipresenciais (a distância e presencial) com duração de seis meses. Os recursos da Internet como e-mail, fórum, chat e o portal educacional do grupo também são utilizados na capacitação dos professores”, afirma Eloisa Ponzio, diretora de formação contínua e eventos do Pueri Domus Escolas Associadas.

No final todos ganham – Ivo
“Trabalhamos temas atuais de educação, motivação e carreira do professor em oficinas pedagógicas, workshops, congressos, encontros regionalizados, fitas de vídeo, CD-ROM e no portal educacional. Os alunos ganham porque os professores conseguem levar para a sala de aula um conteúdo muito melhor”, explica Acedriana Vicente Sandri, gerente pedagógica da Distribuidora Positivo.

Os professores precisam querer – Dom Bosco
“Trabalhamos duas modalidades de treinamento. Numa, a instituição propõe os eventos e, na outra, privilegiamos as principais necessidades apontadas pelos próprios professores: São grupos de estudo, encontros periódicos, semanas pedagógicas, um computador em cada sala para os professores utilizarem, artigos de educação e temas relacionados enviados por e-mail assim como troca de experiências entre os profissionais. Acreditamos que administrar a própria formação é uma competência do professor e não só da escola. Nosso ideal é reunir pessoas que tenham essa competência”, ressalta Rita Egashira Vanzela, diretora do Colégio Dom Bosco – Unidade Batel, em Curitiba.

Ensino a distância para os professores – Anglo Sistemas de Ensino
“Desenvolvemos reuniões regionais, workshops, o CineAnglo, cinema como repertório, reuniões com os autores do material didático, jornal informativo com artigos e calendários de eventos, canal direto para a troca de informações com os autores, esclarecimento de dúvidas pelo site dos convênios, entre outros. Também estamos desenvolvendo programas multimídia porque percebemos as vantagens do ensino a distância para a capacitação dos professores”, diz Helena Serebrinic, supervisora de operações dos Convênios Anglo.

Capacitação gera crescimento – Rede Pitágoras
“Temos o PET – Programa de Educação e Treinamento, que ocorre ao longo do período letivo; pós-graduação da Rede Pitágoras, gratuita para os professores; congresso nacional, site atualizado diariamente; chat com os autores do material didático da rede, CDs e fitas de vídeo. A rede cresceu e merece o resultado que está obtendo em virtude da capacitação dos professores”, afirma Marina Acurcio, superintendente da Rede Pitágoras.

Continuidade motiva – Colégio Opet
“Anualmente é realizado um plano de capacitação. Utilizamos recursos de aulas gravadas, parcerias para disponibilizar aulas na Internet, chats de discussão, grupos de estudo, palestras e, em março de 2005, será implantado um programa de capacitação a distância. O trabalho é contínuo e muito intenso com os professores; essa continuidade é muito importante para mantê-los motivados”, diz o professor Renato Casagrande, diretor geral da Faculdade e Colégio Opet – Sede Bom Retiro, em Curitiba.

Motivando a capacitação – Objetivo
“Capacitamos através de encontros pedagógicos mensais, palestras, oficinas, feiras, congressos, site, videoconferência e a TV Web, utilizada para transmitir grandes eventos pela Internet. O Objetivo está planejando o desenvolvimento de todo o material para a capacitação de professores em DVD, que atualmente é disponibilizado em vídeo. A capacitação deve começar de dentro para fora, por isso procuramos maneiras de motivar os professores”, informa Marcia Carvalhinha, coordenadora do departamento de apoio pedagógico do Objetivo.

20 Dicas de Sucesso

1 - Elogie três pessoas por dia.
2 - Tenha um aperto de mão firme.
3 - Olhe as pessoas nos olhos.
4 - Gaste menos do que ganha.
5 - Saiba perdoar a si e aos outros.
6 - Trate os outros como gostaria de ser tratado.
7 - Faça novos amigos.
8 - Saiba guardar segredos.
9 - Não adie uma alegria.
10 - Surpreenda aqueles que você ama com presentes inesperados.
11 - Sorria.
12 - Aceite sempre uma mão estendida.
13 - Pague suas contas em dia.
14 - Não reze para pedir coisas; reze para agradecer e pedir sabedoria e coragem.
15 - Dê às pessoas uma segunda chance.
16 - Não tome uma decisão quando estiver cansado ou nervoso.
17 - Respeite todas as coisas vivas, especialmente as indefesas.
18 - Doe o melhor de si no seu trabalho.
19 - Seja humilde, principalmente nas vitórias.
20 - Jamais prive uma pessoa de esperança. Pode ser que ela só tenha isso

Ensine flexibilidade


Flexibilidade é a capacidade de se adaptar para lidar com mudanças rápidas no ambiente e nos processos. Nunca essa capacidade foi tão importante como agora. A palavra de ordem parece ser a velocidade. Meses atrás, o dólar subia e descia vinte centavos de real em um dia. Companhias de equipamentos eletrônicos já colocaram no mercado um substituto para o DVD. Saudade da vitrola que passava de uma geração para outra? Pois é.

Para desenvolver essa flexibilidade, é necessário se informar. Ler muito, estar atento a situação do mundo. Com o tempo, seus alunos desenvolverão um senso crítico e separarão quais notícias são tendências e fatos reais que merecem atenção, e quais são fruto de pura especulação ou sensacionalismo. E há outros fatores para serem passados para sua turma.

Como lecionar para seus alunos:

Leve notícias de jornal, comente-as em sala de aula, peça a opinião de cada um sobre o assunto. Faca com que eles acompanhem o desenrolar daquele acontecimento, e que levem a escola noticias que mostrem o andamento e conclusão daquele caso.


Ensine-os a planejar. O planejamento funciona como um mapa. Se, por um acaso, o caminho que você estava seguindo não puder mais ser utilizado, o mapa o ajuda a encontrar alternativas, rápido, e a continuar seguindo em direção a sua meta. As pessoas que não planejam apenas reagem aos acontecimentos, e acabam o ano muitas vezes pior do que começaram. Pergunte a seus alunos se eles preferem que suas carreiras tenham uma direção certa ou que sigam no ritmo da tentativa e erro? Diga a eles aonde você quer chegar com a matéria no final do ano, que passos você ira dar com a turma. Faca com que cada um monte seu próprio roteiro de estudo, com as horas dedicadas a matéria, fontes de pesquisa extra, etc.


Faca com que busquem novas alternativas. Em suas carreiras, eles vão precisar combinar antigas soluções com novas idéias, criar outras formas de se trabalhar. Em sala de aula, abuse das historias e contos, pergunte o que eles fariam naquela situação. Distribua problemas que desafiem a lógica, faca com que os alunos trabalhem em grupos diferentes, dificultando a formação de panelinhas e mostrando-lhes outras formas de pensar.

Autor: Julio Clebsch

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Do popstar à mito global.


A ligeira passagem de Madonna pelo Brasil no ano passado demonstrou novamente o poder que um ídolo com larga notoriedade na mídia exerce sobre as pessoas de modo geral e mais ainda sobre os fãs e adeptos enlouquecidos. A cantora, eleita popularmente como ícone da música e do estilo pop, arrastou uma multidão no Rio e em São Paulo, uma verdadeira legião de apaixonados e ensandecidos que não se importaram nem um pouco em passar dias em situação precária e desconfortável esperando os portões se abrirem. Para um fã incondicional, talvez ainda seja pouco diante da chance gloriosa de estar cara-a-cara com o "deus terreno" da sua vida. Tanto Madonna, diva de uma multidão fiel, quanto outros ídolos nacionais ou internacionais, sejam eles ligados à música, ou ao cinema e a qualquer veículo comunicacional de larga repercussão, possuem a capacidade de atrair admiradores e até seguidores fanáticos. Muito dessa atração se deve à projeção copiosa da imagem do indivíduo a ponto dele ser potencializado de maneira exaustiva e aparecer como alguém quase sobre-humano para o grande público.

Também podemos fortalecer o poder do mito com o recente acontecimento - morte de Michael Jackson - onde mobilizou as pessoas de várias partes do planeta, com o apoio constante da mídia que fortalecia a comunicação dos acontecimentos.

Essa habilidade que chamarei de criação fabulatória, ou seja, a invenção de um astro pelo fomento da sua imagem pública via narrativa, está intrinsecamente vinculado ao surgimento avassalador das tecnologias de comunicação, mais precisamente aos aparelhos audiovisuais que hoje são presenças correntes na sociedade. Também a mídia impressa não fica atrás. Nos primórdios do mundo moderno, a produção escrita foi a responsável em disseminar informações, até então restritas a perímetros concentrados, para outros lugares e outros leitores. Com o tempo, o letramento foi-se tornando uma realidade, e muitas pessoas puderam acessar os jornais, os folhetins, os livros e, com a evolução dos meios de comunicação de massa, passaram a se informar pelo rádio, os filmes e a televisão. Na atualidade, a internet é o ápice da acessibilidade a mundos inóspitos e a contingentes de dados e elementos nunca antes imagináveis.

Tais vias informativas, especialmente as de caráter documental, não permaneceram como canais livres de intervenção. Ao contrário, foram tomadas como meios legítimos de expressar conteúdos arbitrários e fatos avaliados subjetivamente, quando não deturpados por desconhecimento de causas e historicidade ou pela má índole propositada. Assim, jornais e revistas, programas de televisão e demais segmentos da imprensa - não todos, felizmente - incrementam as notícias com pitadas ficção capciosa, afim de promover, não apenas a troca de informações, mas a persuasão do receptor pelo tratamento adulterador, seja este do ponto de vista ético lícito ou ilícito. Assim, a criação fabulatória, em grande parte, se sustenta numa informação inflada e faustosa, desproporcional ao estatuto da verdade, cheia de intrujices e malabarismos insinuantes que conduzem agradavelmente os receptores a uma inópia intelectual, chamando ao primeiro plano a ingenuidade emocional e a imaturidade crítica. Há praticamente uma dependência viciosa aos ídolos midiáticos, como se eles realmente fossem (e não representassem) o retrato daquilo que a humanidade sempre almejou durante o curso da história.

Os Estados Unidos produziram vários destes astros. Podem ser citados, além de Madonna, Michael Jackson, Marilyn Monroe, Elvis Presley, Britney Spears (?!) e a lista segue. Alguns mais "eternos", outros passageiros, em diferentes campos de atuação e épocas, cada qual com sua majestosa carreira (em muitos casos equivocada) postou no cenário mundial como parâmetro de sucesso e exemplo de indivíduos bem sucedidos - sinônimo, para sonhadores, de felicidade. Cada um desses artistas das telas evoca no senso comum um desejo de autotransfiguração obsessiva, pois converge toda a atitude individual numa peregrinação quase doentia (ou doentia) pelas sendas do mestre. Porém, sem sombra de dúvidas, a grande "revelação numinosa" do século XXI, fomentada durante boa parte do último século, é, indiscutivelmente, o presidente Barack Hussein Obama, ícone pop em evidência e franca ascensão. Obama, o maior popstar da América (e América inclui, com surpreendente adesão, a Latina), vangloria-se na certeza de estar, hoje, com a popularidade estendida ao mundo a fora, e mesmo durante a eleição de 2008 deixou a mostra sua flexibilidade em utilizar de situações adversas como material de autodivulgação e angariação da simpatia de eleitores e não eleitores, até não americanos. De uma hora para outra, o ódio aos Estados Unidos nutrido por nações espalhadas pelo globo (e em número alto concebida por grupos interessados em se beneficiar disso) parece ter se dizimado ante a "queda" do império bushiano e a coroação do primeiro presidente negro, a marca registrada do sucessor na Casa Branca. Obama transcendeu as barreiras entre os povos e ganhou a confiança de pessoas tão distintas, exatamente como um ídolo midiático daqueles mencionados no início deste parágrafo.

Obama e os segmentos da imprensa mais influentes foram felizes na empreitada realizada. Assim como um popstar tem sua notoriedade, a mesma acarreta o surgimento de polêmicas e suspeitas quanto à idoneidade da figura pública em destaque. O passado militante do presidente americano, recheado de pormenores interessantes, como o envolvimento com indivíduos que recebem o título de terroristas, bem como a sua relação com organizações não governamentais pouco amistosas, sem falar na acusação do advogado Philipe Berg sobre a inautêntica certidão de nascimento do elegido, passaram imunes a um esclarecimento público, graças à falta de atenção (proposital?) dos fiéis escudeiros sempre prontos a defender aquele que pode lhes agregar algum bem. Pelo menos uma defesa transparente seria de bom tom para incentivar, até mesmo, a clareza da atividade política e fortalecer, dessa forma, o regime democrático que não se consolida se os cidadãos não dispõem de consciência sobre a veracidade dos fatos. O que esteve em jogo, porém, não foi a democracia, mas a pseudodemocracia, a simulação de um estado de direito para conseguir levar ao poder o intocável Obama e sua trupe de servidores. Com o lema "Sim, nós podemos!", nada tão novo em termos de oratória falaciosa, Obama foi sinal de esperança da resolução da crise econômica mundial e solução da paz, aquele que irá romper definitivamente com a tirania norte-americana, redimir os erros passados e instaurar um reino de justiça e fraternidade universal.

Toda essa canastrice retórica demonstra, na prática, que Barack Obama tornou-se, no translado à presidência, mais do que um popstar com fama irrestrita, e sim um mito formidável, de eficácia simbólica poucas vezes vista. Fruto de manobras de marketing e de boa perícia no uso das ferramentas comunicacionais, a mitologização de Obama foi sendo gerada passo-a-passo, a partir de etapas sucessivas que submetiam a realidade ao plano de caracterização modal do "texto" de candidatura e, agora, colhe as beneméritas congratulações.

O semiólogo francês Roland Barthes escreveu diversos artigos para jornais na década de 50, sendo estes reunidos e publicados na sua obra Mitologias, em que desvenda as artimanhas modernas de criação de mitos nos mais variados ambientes e discursos, proferindo a partir destas análises uma teoria do mito na era da comunicação de massas. Segundo Barthes, o mito é uma fala, ou seja, constitui-se como sistema de comunicação em que uma mensagem é transmitida, gerando efeitos de convencimento baseado na sua ilusória naturalidade. Entendendo fala como "toda a unidade ou toda a síntese significativa, quer seja verbal ou visual", o mito não é pura informação oferecida mas é a forma pela qual uma informação é tratada. Assim, tendo a forma como uma espécie de depredação do sentido - atinge e esvazia a historicidade de determinado elemento real - produz uma significação (o próprio mito) que se presentifica como fato explícito e constatável, ainda que não imponha necessidade de explicações e descrição analítica.

Dentre as características destacadas por Barthes, pode-se expor a evacuação do real de sua historicidade, a falta de veracidade objetiva ante a sobreposição valorativa, a intenção significativa e o caráter imperativo de seu discurso. Mas talvez as duas marcas observadas com maior importância para este artigo seja a de que o mito é uma fala despolitizada a inocente. É despolitizado por depauperar o reflexo da conjuntura social - os caracteres das relações humanas em sociedade - em vista da sua mensagem apática politicamente. Ou seja, não pode haver no interior do mito uma propulsão dialética de forma alguma. E quanto à inocência, convence a recepção da perenidade de sua existência em detrimento da sua ligação circunstancial. Vale a pena ler as palavras de Barthes sobre o último aspecto: "Passando da história à natureza, o mito faz uma economia: abole a complexidade dos atos humanos, confere-lhes a simplicidade das essências, suprime toda e qualquer dialética, qualquer elevação para lá do visível imediato, organiza um mundo sem contradições, porque sem profundeza, um mundo plano que se ostenta em sua evidência, cria uma clareza feliz: as coisas parecem significar sozinhas, por elas próprias".

Obama virou um mito. Ou melhor, foi feito mito. Sua história pessoal e política sucumbiu ante a muralha da significação mítica que o envolveu e cingiu sua candidatura. Ele não disputou uma eleição como outra qualquer, esteve acima desta. Obama eclodiu como o grande salvador do mundo a quem todos deveriam venerar e, sem medo de exagerar, prestar culto. Evidentemente não se trata de religião no sentido estrito do conceito, mas de um furor semelhante a de uma religiosidade inepta. A suposta naturalidade da liderança de Obama, o homem acima do bem e do mal, de toda a intolerância e impostura, fez dele o presidente dos Estados Unidos. Sua prosa amistosa e "humanitária" induz um encantamento aliciador sem, contudo, incitar apuração das intenções ocultas sob as palavras; são palavras de agrado imediato por serem demasiado genéricas, mas de fundo fortemente ideológico. E o povo, crente de ter obtido uma vitória democrática, foi ludibriado de maneira magistral pela sagacidade de estratagemas ideológicos, criadores de um farsante disfarçado de divindade protetora. A parafernália da última eleição ensinou que os homens têm caminhado lentamente para o amadurecimento político.

A frase pragmática de Obama - "A mudança chegou à América" - revela não apenas uma postura de governabilidade, mas a transição de um modelo menos agressivo e dissimulado para outro, de base manipulatória e ficcional. Acabou a ingenuidade de se pensar no candidato idôneo e moralmente admirável. Estabeleceu-se de vez a substituição, conforme salientou Guy Debord, do ser para o parecer, um caminho provavelmente sem volta enquanto não houver uma reavaliação crítica de todos os valores políticos reais e do conhecimento essencial acerca da ação democrática. Sem isso, tudo permanecerá como está, e os ídolos continuarão a se intrometer e se fortalecer no meio da sociedade, modificando-a e enfraquecendo o seu potencial transformador. Crer nisso é colocar-se alerta e fomentar um otimismo vindouro. Afinal, até quando as pessoas estarão dispostas a ceder sua consciência atuante e seu protagonismo social para permanecerem dopadas e iludidas pelo show de astros fajutos?

Michel Farah Valverde - Bacharel e Licenciado em Filosofia. Mestrando em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Educação a Distância abre inscrições para curso de Gênero e Diversidade na Escola

Até o dia 17 deste mês, a Coordenadoria Institucional de Ensino a Distância (Cied), da Universidade Federal de Alagoas, está com inscrições abertas para o curso de Gênero e Diversidade na Escola, que tem como público-alvo professores, gestores e profissionais da educação. São ofertadas 60 vagas para o pólo UAB de Maceió e 60 para o pólo UAB de São José da Laje. O resultado da seleção será no dia 21 de julho.
O curso de Gênero e Diversidade na Escola de Alagoas tem o objetivo de capacitar educadores da rede pública do Ensino Básico na direção do desenvolvimento e consolidação de uma cultura que valorize a diversidade étnico-racial, a equidade de gênero e que rechace qualquer forma de discriminação social. O curso terá aulas presenciais e a distância, com carga horária de 200 horas, e a inscrição está sendo feita apenas pelo site.
Para mais esclarecimentos é só acessar o edital Nº 01/2009 ou comparecer na Cied, localizada no pavimento superior do prédio da Reitoria - Campus A. C. Simões. Telefone para contato: (82) 3214-1039.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O computador + tecnologia = processos de aprendizagem, qual?

Texto escrito por Henrique Ostronoff


Objetos de sedução dos jovens, o computador e a tecnologia ainda não se traduzem em ganho para os processos de aprendizagem o âmbito escolar. Sua utilização divide os educadores: vamos mudar nossa forma de ler o mundo ou empobrecê-la?

Durante um evento promovido por uma associação de editoras, o crítico literário e professor Antonio Candido de Mello e Souza, um dos intelectuais mais respeitados do país, discorria sobre livros e leitura. Num dado momento, lembrou de sua vida escolar na infância e adolescência em Poços de Caldas e da relação com seus primeiros livros didáticos, do carinho que sentia por eles e como instigavam sua imaginação. Contou a história de um professor de português que usava Os Lusíadas, de Luís de Camões, para ensinar análise sintática. Para o autor de Formação da literatura brasileira, analisar as estrofes do clássico quinhentista de Camões era um verdadeiro suplício, mas ao mesmo tempo um desafio prazeroso, pois ele e os colegas tinham uma enorme vontade de aprender.

Cerca de 80 anos da experiência por Antonio Candido no ginásio de uma escola pública do interior de Minas Gerais, a prática de aprendizado que ele viveu pode parecer conservadora. Basta imaginar o que aconteceria hoje, em uma grande cidade, se um professor do ensino fundamental II resolvesse ler Camões com os seus alunos. Não seria nem preciso que pedisse uma análise sintática. Apenas que fizessem um trabalho sobre Os Lusíadas.

Provavelmente o aluno não precisaria nem adquirir o livro. Correria para o computador de casa, da escola ou de uma lan house, entraria na internet e digitaria o nome do livro em um programa de busca. De cara, receberia cerca de 580 mil respostas de páginas contendo o título da obra. Se fosse mais esperto, buscaria "Lusíadas resumo" e obteria cerca de 300 mil respostas. Refinando ainda mais a pesquisa com "análise Lusíadas", seriam 86 mil verbetes. No entanto, se tentasse "Camões", o serviço de busca lhe daria 2,7 milhões de opções. Depois de escolher uma página que lhe parecesse mais interessante passaria para o processo de "copia e cola", jogaria o conteúdo no processador de texto e imprimiria. Pronto. A tarefa estaria cumprida. Não seria preciso nem ler o que "escreveu".

Esse exemplo extremo, embora comum, é apenas uma amostra dos efeitos que a tecnologia pode ter nas relações do processo de ensino. O fenômeno não se restringe a países com resultados educacionais abaixo da média, como é o caso do Brasil, sempre em posições inferiores nos testes internacionais que comparam as situações escolares. A informatização da educação se espalha pelo mundo como reflexo do ambiente de comunicações instantâneas, que oferece uma quantidade infindável de informações.

A idéia de restringir ao máximo a tecnologia nos processos pedagógicos encontra eco entre alguns estudiosos do tema. No entanto, a maior parte dos especialistas defende a sua utilização como forma de auxílio ao processo de aprendizagem, desde que não seja usada como um fim em si mesma e não sirva apenas como chamariz para motivar os alunos. E todos chamam a atenção para uma condição essencial para a melhoria do ensino, com informatização ou não das escolas: a formação adequada do professor para desenvolver uma consciência crítica em relação ao uso dos meios tecnológicos.

Acostumados à troca veloz de informações, os jovens de hoje vêem a escola como uma instituição à parte de seu mundoExplosão tecnológica A utilização dos meios digitais de comunicação começou a alastrar-se a partir de meados dos anos 1990, com a crescente globalização mundial. O desenvolvimento da banda larga permitiu acesso rápido à internet. Os computadores cada vez mais "amigáveis" e com preços acessíveis e suas variações com tamanhos cada vez mais reduzidos possibilitando maior mobilidade, como notebooks e celulares multifunção, disseminaram o uso da grande rede mundial de informações.

Programas de comunicação instantânea possibilitam a troca de mensagens escritas e contato virtual com a transmissão não só de voz, como de imagens em tempo real por meio de câmeras de vídeo simples. Os jogos eletrônicos podem contar com a presença simultânea de vários participantes, cada qual em um ponto do planeta. Os sites de relacionamento unem sob um mesmo grupo de interesse gente que possivelmente nunca se conhecerá cara a cara. E os blogs permitem que qualquer pessoa mantenha sua própria página, sobre os mais variados assuntos.
No Brasil, em abril de 2008, 22,4 milhões de pessoas usaram internet residencial, 18,3 milhões delas com banda larga, segundo o Ibope/NetRatings. Aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior. E a média de tempo de navegação foi de 22 horas e 47 minutos por pessoa ao mês, índice dos mais altos do mundo.

Nascidos digitais
Esse uso intenso e freqüente do mundo digital motivou a criação do conceito de "Homo zappiens". No livro homônimo, cujo subtítulo é Educando na era digital, o autor Wim Veen, diretor da área de Educação e Tecnologia da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, afirma que essa nova "espécie" de jovens cresceu usando intensamente múltiplos meios da tecnologia. "Esses recursos permitiram às crianças de hoje ter controle sobre o fluxo de informações, lidar com informações descontinuadas e com a sobrecarga de informações, mesclar comunidades virtuais e reais, comunicar-se e colaborar em rede, de acordo com suas necessidades." Dessa forma, tendo como referência países do mundo desenvolvido, Veen diz que os alunos desta geração, ao perceber a escola como instituição à parte de seu mundo, consideram-na como algo irrelevante em suas vidas cotidianas. No dia-a-dia escolar, mostram comportamento dito hiperativo e concentração intermitente, preocupando pais e professores. "Mas o Homo zappiens quer estar no controle daquilo com que se envolve e não tem paciência para ouvir um professor explicar o mundo de acordo com as suas próprias convicções. Na verdade, o Homo zappiens é digital e a escola analógica."

Alunas de colégio em Piraí (RJ) em projeto que distribuiu laptops para os alunos. Para especialistas, não adianta usar novas tecnologias e não renovar o fazer pedagógicoPara Wim Veen, o Homo zappiens começa o seu aprendizado no computador. No game via internet, com a colaboração de outros participantes busca as estratégias necessárias para vencer etapas desenvolvendo capacidades para categorizar e resolver problemas, além de adquirir outras habilidades metacognitivas. Assim, o importante para ele é a forma como lida com a informação. Veen considera que a aprendizagem nos dias atuais se dá efetivamente quando os indivíduos "tentam construir o conhecimento a partir das informações outorgando significado a elas".

Em uma hipotética metodologia pedagógica dedicada ao Homo zappiens, o pesquisador holandês prevê que as escolas deixariam de treinar as crianças para a certeza. Os alunos seriam preparados com o objetivo de que obtivessem flexibilidade suficiente para atuar em uma sociedade permeada pelo conhecimento intenso e em constante mudança. A aquisição de conteúdo deixaria de ser o objetivo principal da educação e os professores teriam o papel de orientadores que oferecem apoio especializado aos alunos, os quais teriam independência para "aprender sobre questões e problemas da vida real".

Para Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, professora do Departamento de Ciência da Computação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a cultura digital é uma realidade, inclusive no Brasil. "A criança de hoje é diferente. Mesmo que não trabalhe o tempo todo com o computador em casa, como no caso das classes populares, ela já está inserida nessa sociedade."

Por conta disso, a especialista da área de tecnologia e formação de professores afirma que quando se fala de acesso do estudante à internet, deve-se treiná-lo para selecionar os conteúdos adequados. "E para que o aluno faça isso é preciso prepará-lo de uma forma diferente porque ele não está acostumado a sair em busca da informação. Ele já recebeu a informação que foi selecionada previamente muito antes de termos esses recursos. Então, hoje, a lista de conteúdos que é trabalhada na escola, numa determinada ordem, foi definida levando em conta o desenvolvimento da criança antes da sociedade digital", diz.
Ainda segundo a professora da PUC-SP, os recursos tecnológicos têm como conseqüência a transformação da relação entre professor e aluno. "A tecnologia estrutura nosso modo de pensar. Qualquer tecnologia. Com o caderno e o lápis, eu tenho uma determinada direção para expressar o meu pensamento - da esquerda para a direita, de cima para baixo. Se vou expressar por meio de uma fotografia ou vídeo, tenho de pensar de forma diferente para fazer essa representação. Quando vou trabalhar com o computador e a internet, também vou pensar de forma diferente." Sendo essa tecnologia um meio de comunicação não tradicional, "mudam as relações entre professores e alunos, mudam as relações que se estabelecem na escola", afirma.
Apesar de defender a implantação de tecnologia para o processo de aprendizado nas escolas com o objetivo de inserir a sociedade no mudo digital, Elizabeth Almeida acredita que é necessário "analisar quais recursos tecnológicos podem contribuir na aprendizagem, que potencialidades têm e limitações também, porque toda tecnologia tem potencial e limitação". E que é essencial um olhar crítico, que "é saber analisar determinada tecnologia e saber quando ela é adequada para ser incorporada numa atividade pedagógica". Acrescenta que não se trata de simplesmente informatizar o ensino. "Não é colocar no computador as lições e o conteúdo atuais e o aluno ficar ali acessando o conteúdo e a informação. Uma aula dialógica pode ser muito competente. É um desperdício usar a tecnologia para isso, é muito cara para ser usada dessa maneira."
Tecnologia para quê?
No site de compartilhamento de vídeos digitais YouTube, a animação Tecnologia ou Metodologia? (http://br.youtube.com/watch?v=IJY-NIhdw_4), realizada pelo Grupo de Trabalho de Imagem e Conhecimento da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), mostra uma sala de aula onde crianças aprendem a tabuada. Elas simplesmente lêem em voz alta e em uníssono os números apontados pela professora em um cartaz pregado ao quadro-negro. De repente, a aula é interrompida pelo diretor que anuncia uma "nova escola" modernizada por meio da implantação de "ferramentas modernas" para o ensino. "Uma semana depois..." aparece a classe informatizada, com um computador sobre a carteira de cada aluno. A professora aperta um botão e uma tela se desenrola automaticamente sobre o quadro-negro. Nesse momento, o projetor passa a transmitir imagens. Da tabuada. E os alunos voltam à mesma cantilena: duas vezes um, dois; duas vezes dois, quatro; duas vezes três, seis... "De que serve a tecnologia se o método se mantém? Cadê a nova escola?", diz o letreiro final da animação.

Paulo Gileno Cysneiros, pesquisador do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), menciona essa animação como exemplo do que chama de inovação conservadora. "O conceito carrega uma contradição em si. No sentido de que uma tecnologia é utilizada para fazer algo que se poderia fazer sem ela. É uma inovação apenas na aparência", diz. Para Cysneiros, doutor em psicologia educacional pela Syracuse University, Estados Unidos, a tecnologia deve ser aproveitada quando acarreta uma compreensão melhor do objeto. E inova apenas quando possibilita uma perspectiva diferenciada de conhecimento e dá acesso a uma capacidade extra sem a qual não seria possível desenvolver uma determinada ação. "Por exemplo, quando eu escrevo com processador de texto, torno o texto flexível. Não tenho outra maneira de tornar o texto flexível", explica.

Cysneiros acredita também que o encantamento provocado pela tecnologia leva ao tecnicismo, ou seja, ao privilégio da técnica sobre o fim da ação. "O médico vai fazer uma determinada operação e tem todo o instrumental. Então escolhe a tecnologia exatamente adequada para aquilo. Em determinado momento, usa um bisturi a laser, mas em outros, uma faquinha, um bisturi normal, uma pinça ou um tomógrafo, sempre dentro do objetivo", exemplifica.

Evitar o "canto da sereia" da novidade é fundamental para as escolas que desejam implantar recursos tecnológicos, adverte o ex-professor titular da UFPE. "O novo é um dos aspectos mais fascinantes da tecnologia. Uma tecnologia nova não tem história. E uma coisa sem história é algo muito perigoso. Porque a história tem significações, mostra aspectos negativos. No caso da internet, quando surgiu todo mundo estava encantado com ela. Hoje em dia se vê que a internet tem aspectos fantásticos, mas outros deploráveis. A tecnologia é um dos adjetivos da educação. E se a gente confundir o adjetivo com o substantivo vai cair no tecnicismo", afirma.

Para Simone Terezinha Bortoliero, professora da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), os recursos da tecnologia são ilimitados, mas é preciso saber usá-los, mediar e orientar o seu uso. O enorme volume de informação circulando pelas mídias eletrônicas torna as crianças e os jovens mais vulneráveis. "O senso crítico pode ser comprometido a partir do momento que não conseguimos identificar o que é bom ou ruim do ponto de vista da informação", diz. No entanto, afirma Bortoliero, "isso não seria um problema, se na base do sistema formal de ensino tivéssemos uma educação para as mídias, adotada nas escolas, que pudesse contribuir para o debate sobre o uso das tecnologias".

A professora da UFBA acredita que as novas tecnologias estão modificando a forma como os alunos encaram a educação. Deixam de pesquisar em livros e passam a utilizar intensamente a internet. "A falta de leitura não é somente de livros, mas percebemos que as crianças e os jovens têm dificuldades para interpretar as informações que circulam na rede, porque desenvolveram primeiro a capacidade técnica de uso dessa mídia, como apertar, recortar e colar. Isso é um fato. Com o domínio técnico se tornaram mais velozes, entram e saem de qualquer programa com grande facilidade. Já possuem domínio da ferramenta. Agora, saber ler é outra coisa. Saber ler é um ato que faz parte de um entendimento sobre o mundo, não importa se na internet, nos outdoors das ruas, nas embalagens de supermercado ou programas de televisão". E acrescenta: "Se julgamos que somos educadores é necessário conhecer de forma aprofundada essas novas formas de comunicação e não fingir que nada está acontecendo. Vamos adotar como experiência diária o saber fazer com as crianças e jovens e não, para elas".

O computador em casa
No artigo "Os determinantes do desempenho escolar do Brasil", o economista Naercio Menezes Filho, professor do Ibmec São Paulo e da Faculdade de Economia e Administração da USP, afirma que entre outros fatores a utilização de métodos de ensino que utilizam computadores e o número desses equipamentos na escola pouco influenciam o desempenho dos alunos brasileiros. Para Menezes, isso se explica pelo fato de a tecnologia não exercer um papel fundamental nas relações de aprendizagem, diante de um quadro em que o professor muitas vezes está desmotivado e os alunos desinteressados. "Quer dizer, não existem as mínimas condições para que haja aprendizado efetivo do professor e do aluno. Nessas condições, colocar computador ou laptop não vai adiantar nada praticamente." Além disso, afirma que nas escolas em que os computadores não ficam em laboratórios fechados, dificultando o acesso, os estudantes se dedicam mais a navegar pela internet e a trocar mensagens. "Isso mostra que o computador é prejudicial ao aprendizado na medida em que o aluno se dispersa com outras coisas."

Baseado em dados do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) de 2003, o estudo mostra, porém, uma situação de melhora de desempenho quando se trata de alunos de escolas privadas com computadores em casa. Para Menezes, essa situação se explica pela condição socioeconômica diferenciada desses estudantes. "Geralmente nessas famílias a escolaridade dos pais é mais elevada, os pais entendem a importância da educação, entendem muitas vezes o que é um bom uso do computador e monitoram seus filhos", explica.

O site de Valdemar Setzer (www.ime.usp.br/~vwsetzer) traz no alto da página em letras grandes a seguinte advertência: "Deixe as crianças serem infantis: não lhes permita o acesso à TV, jogos eletrônicos e computadores/Internet!". Para o pesquisador e ex-professor titular do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, os badalados recursos tecnológicos tão cultuados pelas crianças e adolescentes deveriam ser, se não banidos, pelo menos usados com a máxima parcimônia. Não só nas salas de aula como em casa.
Setzer é autor de dezenas de livros e artigos sobre tecnologia e educação, todos sustentados em ampla bibliografia e pesquisas, que apontam os efeitos nocivos causados pelos meios eletrônicos sobre os jovens. A televisão, por exemplo, causa sonolência nas pessoas, o que explica o movimento rápido e constante das cenas durante as transmissões dos programas. Assim, explica Valdemar Setzer, não sobra espaço para o telespectador formar imagens próprias, pois as pessoas não conseguem nem pensar sobre aquilo que está sendo transmitido. "O mais importante é criar nas crianças imagens, elas têm de treinar a imaginação. É muito mais importante criar imagens do que ver imagens. A televisão mata a capacidade de a criança ser fantasiosa", diz. Dessa maneira, essa mídia deveria ser usada nas escolas somente em casos excepcionais, para alunos a partir da 8ª série, e a transmissão de vídeos ilustrativos com no máximo 4 minutos de duração, seguida de intervenções do professor.
O uso da informática, segundo Setzer, é tão nocivo para o desenvolvimento das crianças quanto a televisão. "O computador é uma máquina matemática. Quando alguém dá um comando, ativa-se nele uma função matemática. Então é preciso pensar, raciocinar matematicamente, o que a gente chama de lógica simbólica. É tudo feito por meio de símbolos, existe uma lógica estrita. Dessa forma, força-se a pessoa a usar um tipo de pensamento que consiga fazer com que o computador interprete corretamente. Não se pode pensar qualquer coisa. Só aquilo que os comandos da máquina determinam. A pessoa não está percebendo, mas ela está usando um sistema bem definido." E acrescenta: "Compare isso com o relacionamento social ou atividade artística. Não existe nada tão bem definido. Alguém dá um presente para a sua namorada e de repente ela não gosta. O ser humano é imprevisível, o computador é totalmente previsível. Se não fosse assim, não teria a utilidade que tem. Isso produz nas crianças e adolescentes uma mentalidade de que tudo é previsível no mundo. Esse é um dos problemas".
Para Setzer, não são recursos informatizados que tornarão a educação mais atraente. As instituições falham por não produzir mais vivências. Por isso, sentencia: "A escola não interessa aos alunos simplesmente porque ela é desumana. E não adianta querer que a tecnologia conserte a desumanidade da escola. A gente tem de consertar tornando a escola mais humana, não mais tecnológica. Está se corrigindo um erro produzindo um erro ainda maior".

ATENÇÃO: Plano de Formação dos Professores da Educação Básica

O Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica é resultado da ação conjunta do Ministério da Educação (MEC), de Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e das Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, no âmbito do PDE - Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação – que estabeleceu no país um novo regime de colaboração da União com os estados e municípios, respeitando a de autonomia dos entes federados.

A partir de 2007, com a adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, os estados e municípios elaboraram seus respectivos Planos de Ações Articuladas, onde puderam refletir suas necessidades e aspirações, em termos de ações, demandas, prioridades e metodologias, visando assegurar a formação exigida na LDB para todos os professores que atuam na educação básica.

Os Planejamentos Estratégicos foram aprimorados com o Decreto 6.755, de janeiro de 2009, que instituiu a Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica, com a finalidade de organizar, em regime de colaboração da União com os estados, Distrito Federal e municípios, a formação inicial e continuada desses profissionais.

O Plano Nacional de Formação é destinado aos professores em exercício das escolas públicas estaduais e municipais sem formação adequada à LDB, oferecendo cursos superiores públicos, gratuitos e de qualidade, com a oferta cobrindo os municípios de 21 estados da Federação, por meio de 76 Instituições Públicas de Educação Superior, das quais 48 Federais e 28 Estaduais, com a colaboração de 14 universidades comunitárias.

Por meio deste Plano, o docente sem formação adequada poderá se graduar nos cursos de 1ª Licenciatura, com carga horária de 2.800 horas mais 400 horas de estágio para professores sem graduação, de 2ª Licenciatura, com carga horária de 800 a 1.200 horas para professores que atuam fora da área de formação, e de Formação Pedagógica, para bacharéis sem licenciatura. Todas as licenciaturas das áreas de conhecimento da educação básica serão ministradas no Plano, com cursos gratuitos para professores em exercício das escolas públicas, nas modalidades presencial e a distância.

O professor fará sua inscrição nos cursos por meio de um sistema desenvolvido pelo MEC denominado Plataforma Paulo Freire, onde também terá seu currículo cadastrado e atualizado. A partir da pré-inscrição dos professores e da oferta de formação pelas IES públicas, as secretarias estaduais e municipais de educação terão na Plataforma Freire um instrumento de planejamento estratégico capaz de adequar a oferta das IES públicas à demanda dos professores e às necessidades reais das escolas de suas redes. A partir desse planejamento estratégico, as pré-inscrições são submetidas pelas secretarias estaduais e municipais às IES públicas, que procederão à inscrição dos professores nos cursos oferecidos.
Maiores informações no site: http://freire.mec.gov.br/index/principal

Livro gratuito: Software livre, cultura hacker e ecossistema da colabroação

O 10º Fórum Internacional de Software Livre, realizado em Porto Alegre (RS) no mes de junho/2009, foi realizado o lançamento do livro Software livre, cultura hacker e ecossistema da colaboração, onde você pode realizar gratuitamente o download (aqui).
A obra é uma coletânea de textos em que abordam o software livre segundo a perspectiva do compartilhamento de ideias e de conhecimento, conforme a epígrafe escolhida para o livro:

Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã,
e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã.
Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma ideia,
e nós trocamos essas ideias, então cada um de nós terá duas ideias
(George Bernard Shaw)
Segundo um dos colaboradores do livro professor Sério Amadeu, declara que é preciso atentar para a existência de "bens imateriais" e "não rivais", como é o caso do próprio conhecimento. “Esses tipos de bens podem ser usados por todos. A melhor forma de trabalhar com eles é por meio do compartilhamento e não pelo bloqueio do acesso. No caso do conhecimento, quanto mais gente usa, mais ele se valoriza. O bloqueio de fluxos de informação significa desigualdades, criando assimetrias e inequidades de acessos, por isso a liberdade de acesso significa igualdades”.
Vicente Aguiar, organizador do livro, acredita que é importante trazer a discussão do uso do software livre para as diversas áreas da academia porque, cada vez mais, ele se insere em discussões da economia como alternativa sustentável num contexto de crise.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Medo na era da Liquidez.

Show de audiência: horror, gozo e medo na tv (1º parte)


Os meios de comunicação, especialmente aqueles que se aproveitam dos mecanismos sensacionalistas de exposição das mazelas sociais, seriam afetados caso o medo fosse extinto, pois não haveria mais a possibilidade de explorarem a elevação dos níveis de audiência por meio dos estímulos estéticos fortes proporcionados pela exibição de cenas violentas, que exercem sobre a afetividade humana um impacto ambíguo: ao mesmo tempo em que geram a repugnância, geram também o desejo de contemplação do horror. A sociedade da informação, na era pós-moderna, continua sectária da "concupiscência do olhar". Da mesma forma que um desastre desperta a curiosidade do indivíduo que se encontra próximo ao local desse acontecimento fatídico e vai ver todos os detalhes possíveis, assim também se dá quando os desastres são transpostos para as imagens da televisão. O máximo de prazer estético que pode ser fornecido ao telespectador por uma rede de TV é a exibição da morte de um indivíduo, ou, em circunstâncias mais atenuadas, dos conflitos entre as forças policiais e os criminosos, as ações de assaltantes, ou ainda as gravações secretas de repórteres sobre as vendas de drogas por traficantes. Em todas essas circunstâncias há no telespectador a erupção da repugnância, do horror e da lamentação, mas também um gozo secreto de prazer pela oportunidade que lhe é concedida de ver, sentado confortavelmente na poltrona, a destruição humana em múltiplas maneiras. O resultado existencial dessa soma de imagens, todavia, não tarda a aparecer, e é o medo.

WEBQUEST - O LADO BOM DA WEB NA EDUCAÇÃO

O conceito e relativamente novo, não muito conhecido no Brasil, mas já visto como uma jóia do ensino aliado a tecnologia; uma revolução para as pesquisas escolares, que envolve alunos de todos os níveis da formação educacional. Para quem ainda não conhece, a WebQuest (WQ) e um sistema virtual multidisciplinar que hoje conta com mais de dez mil paginas na Web e propostas de educadores de diversas partes do mundo (EUA, Canadá, Islandia, Austrália, Portugal, Brasil e Holanda, entre outros).
Desde que foi criada em 1995 por Bernie Dodge, professor da Universidade Estadual da Califórnia, a WebQuest tem sido utilizada por professores como uma atividade de aprendizagem cooperativa, que aproveita a imensa riqueza de informações da Internet através da investigação orientada. A idéia principal era facilitar a pesquisa dos alunos para que eles produzissem trabalhos escolares sobre qualquer tema. Portanto, se muitos docentes reclamam da prática do Control C + Control V, comum entre seus alunos, uma realidade difícil de extinguir, então, a melhor maneira de tirar proveito da situação e direcionar a tão comum pesquisa na internet de forma a engajar os estudantes. A WebQuest apresenta a estrutura para criar o trabalho escolar e ainda apresenta exemplos úteis para professores e estudantes. O site original, em ingles, e http://www.webquest.org.
A pequena parcela de professores que utilizam essa ferramenta em suas aulas no Brasil se justifica pela barreira tecnológica imposta quando as WQs primeiro vieram para cá, no ano 2000. Era preciso entender de linguagem html e usar um editor de programação web para se publicar alguma coisa online, no caso a idéia de um trabalho escolar. Hoje, com as facilidades do conceito de Web 2.0, onde tudo pode ser encontrado on-line, inclusive editores específicos para WQs, o número de adeptos tende a aumentar. Alem disso, uma pagina na net pode ser criada utilizando programas como Word, Powerpoint e ate mesmo Excel, contanto que os documentos sejam criados com hyperlinks.
O professor Vicente Candido, ministrante de cursos do Sinpro - Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, que começou a atuar em educação e tecnologia em 1994 e pesquisa a metodologia do WebQuest desde 2000, sugere que a melhor opção para criação de uma WB é usar o PowerPoint e gerar um arquivo ".pps". Para publicá-la, não é preciso servidor disponível na escola, basta se cadastrar num site como o www.zunal.com. O mais comum são professores optando por fazer uso de WQs ja existentes, desde que mantendo os créditos de quem a criou? Geralmente, um bom projeto de WQ inicia-se com base em uma WQ já publicada. Porém, todo professor sente a necessidade de adaptá-la a sua prática, a sua realidade e a de seus alunos. Assim, naturalmente vai criando a sua mesmo sem perceber.
Pesquisa orientada:
Peguemos como exemplo uma WQ sobre animais, onde cada um dos quatro alunos do grupo pesquisa sobre um inseto específico. Apos um período de buscas e pesquisa sobre o assunto, chega o momento de trocar informações e cruzar dados em sala. Segundo o professor Carlos Seabra, ex-coordenador do projeto WebQuest na Escola do Futuro da USP, o que diferencia uma WQ boa de uma ruim e o que também diferencia uma aula boa de uma ruim. A boa engaja aluno com prazer e dedicação. O professor faz de forma mais ampla, para juntar fatos e relacionar o aprendizado a pesquisa. Motiva o aluno a aprender e a desenvolver habilidades de pesquisa.
Inclusão tecnológica:
Escolas que não oferecem acesso a computadores para alunos poderiam optar em montar o PaperQuest. Essa e uma alternativa na qual os alunos montam um jornal sobre determinado assunto a partir de pesquisa de conteúdos em outras fontes. O interessante são atividades que articulem a criação de projetos, afirma Seabra. Mas como o momento e o de apropriação de tecnologia, o PQ iria contra o conceito criado em 1995 por Bernie Dodge. Para Carlos, nenhuma escola hoje pode ficar sem computadores e acesso a Internet. Acredita ser uma questão de tempo ate que todo mundo esteja conectado, e cita o exemplo da televisão. No início, poucos contavam com esse recurso tecnológico. Hoje, os aparelhos são encontrados em praticamente toda e qualquer residência brasileira.
O formato:
A WebQuest e concebida e construída segundo uma estrutura lógica que contem os seguintes elementos estruturais: introdução, tarefa, processo, recursos, orientações, avaliação e conclusão. Não ha conduta básica, mas são as propostas de trabalho que engajam os alunos nas tramas do aprender e dão alma a WQ. Um dos princípios do modelo e o de que as situações de aprendizagem precisam favorecer contatos dos alunos com materiais autênticos. Ou seja, e preciso fazer com que eles trabalhem com as fontes de informação comuns de nosso cotidiano (artigos, revistas, relatórios, sites da Web etc.). Existem diversas formas para se concluir uma WQ: podemos solicitar desde uma simples apresentação através de um cartaz, uma apresentação em PowerPoint, vídeo, representação teatral, etc... depende do entusiasmo do professor e da sua criatividade. Completar on-line também e possível, porém é provável que isso a descaracterize, e a transforme numa máquina de ensinar, a não ser que a atividade inclua propositalmente a consulta a um programa de perguntas e respostas.

Texto de Gustavo Rodrigues.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

ESCOLA, UMA QUESTÃO DE DESEJO?





Pesquisa divulgada pela Fundação Getulio Vargas aponta a falta de interesse como o principal

motivo da evasão escolar no país.


O jovem olha para o papel, para a lousa, para o professor e não se sente conectado ao universo escolar. O resultado? Desinteresse. Esse foi o maior motivo de abandono dos bancos escolares segundo a pesquisa "Motivos da evasão escolar", realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgada em abril. A falta de interesse representou 40,3% das justificativas dadas pelos jovens, entre 15 e 17 anos, para deixar de lado os estudos, ficando à frente até mesmo da necessidade de trabalhar para ajudar a família (que foi de 27,1%). O estudo cruzou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2004 e 2006, além de mencionar também informações da Pesquisa Mensal do Emprego.


Para Carlos Artexes, diretor de concepções e orientações curriculares da Secretaria de Educação Básica do MEC, o resultado da pesquisa não é surpresa: "Temos consciência de que o abandono no ensino médio acontece, principalmente, porque o estudante não encontra significado no estudo", afirma. Para ele, um dos principais motivos para esse cenário é o fato de as pessoas serem muito utilitaristas: "Elas não veem a educação como meio, mas como fim do processo de formação. O que é um grande equívoco", diz. Isso, na sua visão, não redime as instituições de ensino de culpa: "A escola também precisa se aproximar dos sujeitos reais e atualizar seu conhecimento. É preciso garantir a essência da escola, que é aquisição e democratização dos saberes".


Pela pesquisa, em 2006, 2,7% das crianças e adolescente entre 10 e 14 anos estavam fora da escola, índice que subia para 17,8% na faixa entre 15 e 17 anos, a faixa etária do ensino médio. Foi para se aproximar dos alunos de carne e osso, como sugeriu Artexes, que a professora de educação física Luci Beatriz Zelada Duartes iniciou trabalho pessoal de combate à evasão escolar em 1997, que depois foi encampado pela Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria (RS).


Com sua motocicleta, passou a visitar alguns de seus alunos evadidos. Além da necessidade de trabalhar, da grande distância entre a casa e a escola, entre outros, o desinteresse já era apontado com frequência como motivo para a evasão. Em conjunto com pais, professores, conselhos tutelares, o projeto ganhou corpo e longevidade, estendendo-se até 2006. A atual gestão municipal pretende retomá-lo ainda neste ano.


Para incentivá-los a voltar a estudar, ofertou-se aos jovens um conjunto de atividades extracurriculares, como aulas de canoagem, futebol, além da oportunidade de se inscrever como aprendizes em empresas da região. Para frequentar as atividades, o aluno não poderia faltar às aulas. Além desse empurrãozinho, houve outra mudança importante, na avaliação de Luci: "Conseguimos que os professores se comprometessem a mudar a aula convencional por uma mais atrativa", conta. Até salas temáticas foram criadas para apoiar os docentes. "É preciso criar novidades sempre e ter o compromisso de se adaptar ao habitat do aluno", conta.


"A escola não está inserida na realidade do aluno", alerta a assistente social Andréa Gomes Leite, que, no outro extremo do país, em Alagoas, também está envolvida em trabalho semelhante ao de Luci. Andréa é coordenadora do Projeto Ficai (Ficha de Comunicação do Aluno Infrequente), ligado à Secretaria Esta­dual de Educação de Alagoas e idea­lizado pelo Ministério Público daquele estado. O programa abrange todas as escolas do estado e de 36 municípios no combate à evasão e existe desde 2001.Para Andréa, o problema é tão sério que tem gerado outros, como por exemplo um que não apareceu na pesquisa da FGV: a "evasão" de professores. "Os docentes têm pedido cada vez mais licenças. São muitos os pedidos de dispensa. Identificamos que isso é sintoma de falta de entusiasmo", diz.


Obrigação de ser atrativaDiante de um cenário tão adverso, a busca pelo entusiasmo perdido dos dois lados do banco escolar desemboca, às vezes, no exagero. A ponto de alguns educadores almejarem que a escola se transforme tão só num espaço de aulas criativas e de fruição prazerosa - o que pode ser um engano. "A escola também é um lugar de esforço. Estudar dá trabalho, isso não pode ser ignorado", analisa Carlos Artexes, do MEC. "Apoiar-se só no lado lúdico desvia a função social da escola", explica sobre o conceito original da escola, que é de aquisição e democratização dos saberes.


"O ensino de inglês, por exemplo, não tem necessariamente que ser tedioso, mas é difícil torná-la tão interessante quanto o do ciclo do sapo", exemplifica Daniel Willingham, psicólogo cognitivo da Universidade de Virgínia (EUA), que acabou de lançar o livro Why don't students like school? (em tradução literal: Por que os estudantes não gostam da escola?) - ainda sem publicação no Brasil. Ele propõe novas maneiras de pensar a forma de dar aulas.


Por seis anos, Willingham tem respondido a dúvidas de professores americanos. O tema que desperta bastante interesse são dicas e conselhos para fazer o conteúdo atingir em cheio os vários alunos com todos os tipos de percepção. "Qualquer assunto pode ser chato ou interessante, depende de como ele é manuseado. Problemas que não podem ser resolvidos, ou, ao contrário, são fáceis demais não têm graça. Mas um que proponha um desafio plausível - esses as pessoas acham intrigantes. O desafio dos professores é achar maneiras de apresentar aos estudantes problemas que tenham graus corretos de dificuldade para cada aluno", explica, em entrevista à Educação.


O especialista também defende "que aprender a aguardar pelas recompensas - ou seja, fazer algo chato para mais tarde atingir algo prazeroso - é, em parte, uma qualidade". O pensamento é compartilhado com as coordenadoras dos projetos mencionados: nos dois citados, os alunos são estimulados a participar de atividades fora da sala de aula com a condição de não faltar ao curso regular.


Nesse caso, o curso fecha o ciclo se houver, além desse estímulo, também um esforço para mudanças na grade curricular, ou mesmo só um interesse maior por parte do professorado para atingir a totalidade das mentes sob sua orientação.


Texto escrito por Rachel Bonino

Trabalhe em Sala de aula com WebQuest - 9 dicas práticas.


Para garantir um bom trabalho, e necessário antes a familiarização do professor com a proposta, que pode ser obtida navegando nos bancos de WQs existentes.


Vale a pena pesquisar os seguintes enderecos:





Roteiro de elaboração em 9 passos:


1. Defina o tema - Pense num assunto que faca parte do currículo, para o qual você possa dar uma abordagem interessante e cujo desenvolvimento possa melhorar suas aulas. Avalie se há bons sites e paginas sobre o tema.


2. Selecione as fontes de informação - As fontes de informação são geralmente sites, mas não exclusivamente. Podem ser também livros, revistas, jornais, até uma entrevista com um especialista, ou qualquer outra fonte que você julgar conveniente.


3. Delineie a tarefa - A tarefa e a alma de uma WQ. Por essa razão, dedique seus melhores esforços para planejar uma que seja motivadora e desafiante, que realmente possa ser realizada e que tenha a ver com a vida real. Se possível, evite coisas muito escolares como seminários, palestras, questionários.


4. Estruture o Processo - Passo a passo, como o grupo deve realizar a tarefa e que fontes de informações devem ser usadas em cada etapa. E frequente pedir aos alunos que desempenhem papeis, porque isso permite diferentes perspectivas de um mesmo problema.


5. Escreva a Introdução - O texto deve ser direto, instigante e envolvente. Use linguagem clara e compreensível. Lembre-se de que a pessoa estará lendo o texto na tela do computador, por isso, seja breve. Evite abordagem professoral.


6. Escreva a Conclusão - Assim como a introdução, a conclusão deve ser clara, breve e simples. Entretanto, tem o papel de promover a reflexão sobre o que foi visto e incentivar a continuidade do trabalho.


7. Insira o conteúdo no gabarito - Nessa etapa, você vai formatar o conteúdo definido no planejamento, inserindo-o num gabarito especial. Ele apresenta campos para inserção já nos lugares apropriados: seção Introdução, seção Tarefa, seção Processo, etc. E necessário abri-lo usando um editor de html.


8. Faca os acertos finais - Depois de inserir a WebQuest no gabarito, avalie a conveniência de incluir imagens, ou outros elementos, com o objetivo de enriquecer ou esclarecer certos aspectos. Coloque os créditos. Nada mais descuidado que uma WQ sem autores. Indique todas as fontes que usou, sejam sites ou livros. Agradeça a quem colaborou. Revise o material e procure testá-lo, para depois fazer ajustes finais.


9. Publique a Webquest - Depois que estiver pronta, revisada, testada e finalizada, e preciso colocá-la no ar, isto e, publica-la na Internet, para que possa ser acessada e utilizada pelas pessoas. Para fazer isso, e preciso hospedar a WB num servidor. Existem serviços de hospedagem gratuitos, que ir?o lhe dar todas as instruções de como publicá-la.


Fonte: Senac.

COMPUTADOR PARA PROFESSORES: REVOLUÇÃO, MEDOS E ALEGRIAS.

Uma novidade no Estado do Rio de Janeiro: assumindo a Secretaria de Estado de Educação, a Secretária Cristina Porto abriu as portas com uma novidade para os professores, qual seja a da entrega de computadores com Internet a bordo e de graça.Sempre ouvi dizer que os professores não tinham computadores porque o salário não permitia comprá-los, que a Internet estava à distância também por causa dos salários. Estas afirmações envolvem uma séria verdade: o baixo salário dos professores na maioria dos municípios e Estados do Brasil.

Contudo, diante da novidade, algo mais sério chamou-me a atenção: alguns grupos de professores vaiaram a iniciativa do governo afirmando que o aumento salarial era mais importante que os computadores.

Num colóquio sobre educação com um curso de Pedagogia, ouvi questionamentos sobre a validade da entrega dos computadores sem um prévio curso de capacitação para os professores.
Falam os jornais, fala a televisão, alguns defendem e outros atacam. Sentindo há muitos anos que o computador foi e é uma ferramenta excelente para facilitar minha vida profissional comecei, com o devido cuidado, a pensar sobre essas divergências diante de um fato que, na minha ética, é uma coisa muito boa.

A reação normal dos professores obedece é formação de nosso pensamento: ele é cartesiano. O cartesianismo está atrasado, porém, muitos ainda pensam desse modo. Primeiro seria necessário preparar a pessoa e, somente depois, colocá-la em contato com o computador. Não há uma visão de entrelaçamento e de instantaneidade. Ao mesmo tempo em que você usa, você está aprendendo e vice-versa. Os computadores são professores e eles têm uma enorme paciência para ensinar aos seus alunos através dos mecanismos de ajuda. Eles repetem quantas vezes se tornar necessário até a pessoa aprender. Nesse sentido não há necessidade de se preparar e, somente depois, começar a fazer. Nós aprendemos antes de fazer, enquanto fazemos e depois de fazer. No caso dos computadores aprendemos enquanto fazemos. Mas a visão cartesiana não comporta tal pensamento. Então cabe aos professores repensar o seu modo de ver o mundo e as coisas para que, uma adaptação a novos paradigmas, possa permitir a aceitação do uso de uma ferramenta realmente potente.

O outro lado da questão é a facilidade que os professores terão na vida profissional. Mas, o que atrapalha pensar que um banco de provas caberá dentro dos computadores? O que servirá para não convencer o professor de que os acessos à internet corresponderão a uma contínua formação necessária para a manutenção do próprio prazo de validez e reivindicação de melhores salários? Por que um professor sente tanto medo diante da novidade?

São várias as respostas a estas questões: nós ainda temos em nossa consciência, os valores da cultura do papel. Acreditamos no papel, no livro, no caderno e na apostila. Não acreditamos ainda, com segurança, nos arquivos virtuais; os paradigmas aos quais estamos presos não nos estimulam a buscar este mundo novo e fascinante da internet; estar conectado numa infovia nos parece quase impossível diante do mundo palpável das estradas, do correio, do telefone e do fax.A questão, em primeiro lugar, é de uma mudança urgente de paradigma que esta ferramenta, o computador, tem todo o prazer de colaborar. Um dos problemas do mundo, e que não é problema futuro, corresponde ao analfabetismo digital. As distâncias entre os conectados e desconectados é fatal no campo do conhecimento. Ora, nós estamos exatamente nessa sociedade: a do conhecimento. Os professores lidam com conhecimento. Se um professor desenvolver a sua capacidade de conhecer e atualizar-se ele está numa profissão onde o emprego é dos mais seguros.

Portanto, a medida é para ser aplaudida. Ela não exclui melhoria salarial porque ambas podem estar juntas como o aprender a lidar com computadores enquanto se aprende, também pode andar junto.

No entanto é importante olhar o verso da moeda: se um professor em qualquer circunstância, por culpa ou não do empregador, não estiver atualizado, seu salário continuar baixo e ele sem condição de apresentar competência que faça jus a um salário maior.

A realidade está mostrando que os alunos estão nos ultrapassando e a velocidade é muito grande. Precisamos acordar enquanto há tempo e se órgãos públicos facilitam a nossa vida com a oferta de alguma ferramenta que nos ajude, vamos aproveitá-la em nosso benefício. Ela poderá ser a alavanca de nosso progresso ou o alicerce seguro de nossa permanência no magistério.
Escrito por Hamilton Werneck
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